Ações de maternidade afetiva são destaque no mutirão deste sábado, 6

Mutirão ocorreu no bairro Zerão.

Por Jeanne Maciel
08 Mai de 2023, 2 anos atrás
Ações de maternidade afetiva são destaque no mutirão deste sábado, 6

 

Mário Quintana, em seus célebres versos, uma vez disse que não há bem maior do que o bem que uma mãe deseja aos seus filhos. Esse amor, que é maior do que se pode mensurar em palavras, não faltou na vida de duas mães que buscaram o mutirão da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP), realizado sábado, 6, no bairro Zerão.

O mutirão foi o sexto realizado em 2023 e faz parte das ações do Maio Verde. Cerca de 70 pessoas foram atendidas.

MÃE É QUEM CRIA

Nazaré, 59, mãe da adolescente Maisa Rafaela, de 15 anos, cria a menina desde quando ela tinha 1 mês de nascida. A mãe biológica deixou a recém nascida sob os cuidados da assistida na véspera de Natal e nunca mais voltou.

Hoje, só com a certidão de nascimento, a adolescente não tem outros documentos básicos. Nazaré, decidiu então, buscar o atendimento da Defensoria Pública para pedir o reconhecimento como mãe.

"Me doía muito ela não conseguir tirar a identidade", diz Nazaré emocionada. "Na certidão dela não tem meu nome e isso dificulta muito a situação. Eu sou mãe dela, porque mãe é quem cria", expressou a assistida.

TODAS AS FORMAS DE AMOR

Poliana Santos, 19, e Ariele Cardoso, 24, têm um relacionamento há 3 anos, e tiveram uma criança desejada por ambas, mas só o nome da mãe biológica consta na certidão de nascimento.

"A gente acabou não conseguindo fazer isso pela maternidade, acho que pela questão de sermos duas mulheres", disse Poliana.

"Para nós é uma felicidade poder, talvez, ter esse reconhecimento. Ela chama nós duas de mãe. É muito importante ter o nosso nome, porque somos nós duas que estamos nos dedicando para criar ela", expressou Ariele.

MATERNIDADE AFETIVA

A defensora pública Isabelle Mesquita, que atendeu os dois casos, explicou que em ambas as situações foram formalizadas ações declaratórias de maternidade socioafetiva.

"No primeiro caso, pedimos a guarda da adolescente para regularizar a situação, que já acontece há 15 anos. No segundo, a criança foi desejada por ambas e as duas, inclusive, vivem em união estável. Nos dois casos entramos com ações declaratórias de maternidade socioafetiva", explicou Isabelle.