Após 22 anos, DNA confirma a assistido que seu filho de coração também é filho biológico

Exame foi feito na ação Meu Pai Tem Nome, da DPE-AP. Outras 11 famílias receberam os resultados.

Por Ingra Tadaiesky
28 Set de 2023, 8 meses atrás
Após 22 anos, DNA confirma a assistido que seu filho de coração também é filho biológico

 

Ao abrir o envelope, Iranildo Souza, 58, recebeu a notícia que tanto esperou: seu filho de coração, Júlio César, 22, também é seu filho biológico. O exame de DNA, feito na ação Meu Pai Tem Nome da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP), só confirmou o que ele já sentia. Além dele, outras 11 famílias receberam os resultados na tarde de terça-feira, 26.

Júlio César procurou o pai quando fez 18 anos e desde o primeiro momento se tornaram inseparáveis, começaram a trabalhar juntos no negócio da família e a convivência construiu um amor que até então não conheciam. Iranildo não sabia da existência do filho antes daquele momento e não tinha certeza do vínculo biológico, mas algo o dizia que, independente de qualquer coisa, aquele era seu filho.

Júlio não pôde acompanhar Iranildo para recebeu o resultado. Foi sozinho que o pai ouviu “Iranildo tem 99,99% de compatibilidade genética com Júlio César”. A partir daquele momento, ele passou a se sentir completo.

“Surgiu a oportunidade na ação de fazer o exame e tirar a dúvida. Eu procurei e deu certo, ele é meu filho. Estou muito feliz. Já considerava ele meu filho, mas agora é uma alegria imensa saber que meu sangue corre nas veias dele. Sempre quis ele do meu lado”, disse Iranildo emocionado.

A segunda edição do Meu Pai Tem Nome, realizada em agosto deste ano, teve o objetivo de garantir o direito constitucional a ter um pai. Até a data do mutirão, quase 16% da população amapaense registrada não possuía o nome do pai na Certidão de Nascimento, segundo dados do Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).

“A atuação da DPE-AP reforça a importância de ter, no Registro de Nascimento, o nome do pai. Com isso, o pai precisa ter a responsabilidade parental, no sentido de auxílio material e afetivo, a ação garante os direitos mínimos e mais caros de uma pessoa”, disse o defensor público, coordenador do Núcleo da Família de Macapá, Sidney Gavazza.

Nos casos em que o resultado foi positivo, as ações de registro foram iniciadas e encaminhadas para os respectivos cartórios. Nos negativos, uma equipe multiprofissional com assistentes sociais e psicólogos estiveram à disposição para atender as famílias.