Após atuação da DPE-AP, mulher impedida de embarcar por companhia aérea volta para casa

Por ser uma pessoa com deficiência, companhia alegou que passageira era obrigada a ter um acompanhante. O embarque ocorreu na madrugada desta sexta-feira, 14.

Por Ingra Tadaiesky
14 Abr de 2023, 2 anos atrás
Após atuação da DPE-AP, mulher impedida de embarcar por companhia aérea volta para casa

 

Viajar nos possibilita conhecer novas culturas e lugares. Cada destino representa algo novo e esse deveria ser um momento para relaxar. Não foi o que ocorreu com Valdemarina, que aproveitou as belezas de Macapá para descansar, mas na volta para casa passou por uma verdadeira humilhação. Cadeirante, a mulher de 57 anos foi impedida pela companhia aérea de embarcar no avião que rumava para sua cidade natal, Porto Velho, por não possuir um acompanhante. O caso ocorreu no domingo, 9.

Segundo o defensor público Márcio Peixoto, a determinação da companhia aérea aconteceu de forma arbitrária e resultou em uma situação de constrangimento para a passageira, que alegou ter plenas condições de viajar sozinha. Prova disso seria o seu voo de vinda, quando teria viajado desacompanhada.

Márcio explica que existe na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a resolução 280, que prevê que o passageiro com dificuldade de locomoção pode ser impedido de embarcar se estiver desacompanhado. No entanto, nesse cenário, a companhia aérea deve fornecer um acompanhante da própria empresa ou disponibilizar uma passagem com desconto considerável para esta segunda pessoa, de escolha do passageiro, estar junto na viagem.

No caso de Valdemarina, a companhia optou pela segunda opção, mas ela não possuía condições financeiras e nem alguém na cidade que pudesse desempenhar essa função. Em nenhum momento a empresa ofereceu um funcionário para ser seu acompanhante.

“Entrei com uma Ação de Obrigação de Fazer, para que a companhia garantisse o embarque dela e, paralelamente, oficiei o Estado para que promovesse o seu abrigamento enquanto aguardava a decisão judicial”, explicou o defensor.

A decisão judicial saiu na quinta-feira, 13, e Valdemarina teve seu direito de voltar para casa garantido. O embarque ocorreu na madrugada desta sexta-feira, 14.

“Fui muito desrespeitada e fiquei extremamente constrangida com a forma como me trataram. Procurei a Defensoria Pública para me ajudar e o atendimento foi muito rápido. O defensor foi muito calmo e paciente e conseguiu resolver meu problema”, comemorou a assistida.