Carreta da Defensoria Pública atende bairro Brasil Novo, Zona Norte de Macapá

85 pessoas foram atendidas na unidade móvel.

Por Jeanne Maciel
04 Set de 2023, 11 meses atrás
Carreta da Defensoria Pública atende bairro Brasil Novo, Zona Norte de Macapá

 

Às 6h, os moradores do bairro Brasil Novo, na Zona Norte de Macapá, já se deslocavam para a Rua Mamoeiro, onde aconteceria mais um mutirão na Carreta da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP). No último sábado, 2,  85 pessoas foram atendidas na unidade móvel que tem levado acesso à justiça nos bairros da capital e no interior. 


Deosete, 63, foi um dos assistidos. Ele procurou a Carreta para reconhecer a paternidade afetiva da filha de 9 anos. O vínculo entre pai e filha começou quando o assistido iniciou um relacionamento com a mãe da menina. Na época, a criança tinha apenas um ano. A pequena é a mais velha de três crianças e tem questionado a diferença do nome das irmãs.


“Ela me cobrava muito isso. As outras duas tem o meu nome e ela ficava perguntando, eu até a enganava falando que era porque a mãe dela tinha ido na frente e colocado errado, mas eu ia consertar. Quando eu chegar em casa e dizer que eu fiz isso ela vai ficar muito feliz”, relatou Deosete. 


O assistido se emocionou durante o atendimento. “Eu me emociono porque fiquei um tempo doente no hospital. Quando saí, levava ela andando para escola porque não podia andar de bicicleta. Um dia ela disse: ‘você é o melhor pai do mundo’. A alegria que eu vou dar para ela quando chegar em casa vai ser maravilhoso”, expressou Deosete, que agradeceu o atendimento realizado pela Defensoria Pública. 


O reconhecimento de paternidade com base no afeto é possível quando há um vínculo dos pais com o filho sem ter laço sanguíneo ou adoção. Esse tipo de reconhecimento é feito judicialmente e, com a decisão favorável, é determinado que o registro do filho seja alterado para incluir o nome do pai (ou mãe) socioafetivo, bem como dos avós. 

 

“Já foi encaminhado para o juiz todos os documentos assinados por ele para pedir o reconhecimento afetivo. A gente viu que toda a família tem uma ligação de amor e, pelo que percebemos, a criança tem se sentido excluída por não ter o nome do pai, como as demais irmãs”, explicou a defensora pública Ana Cândida, que atendeu o assistido.