Com atendimento todo em francês, família da Guiné é assistida pela Defensoria Pública

A família precisava de uma autorização de viagem para embarcar de volta para casa após a perder um documento.

Por Ingra Tadaiesky
12 Jan de 2024, 4 meses atrás
Com atendimento todo em francês, família da Guiné é assistida pela Defensoria Pública

Na busca por uma vida mais digna, os Camara, originários da Guiné, escolheram o Brasil como destino para um novo capítulo em sua história. Contudo, a jornada de um imigrante é repleta de desafios e um muito importante é superar as fronteiras do idioma. Falando apenas o francês, a família precisou da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) para conseguirem uma Autorização de Viagem e receberam o atendimento todo na própria língua.

Com uma equipe preparada para realizar todo tipo de atendimento, a assessora jurídica Ana Rafaela, fluente no idioma, auxiliou a defensora pública Alana Cardoso no atendimento, que ocorreu na madrugada do dia 4 de janeiro.

“Sabíamos da dificuldade da família de falar português, por isso, buscamos meios para compreender a situação e prestar assistência jurídica necessária para que aquela família não mais estivesse na situação de desamparo”, explicou a defensora, que faz parte de um time de profissionais capacitados, que compreendem as necessidades específicas dos imigrantes e trabalham para fazer a diferença na promoção da justiça e na garantia dos direitos fundamentais.

Entenda o caso

Durante uma viagem a Macapá, a família perdeu o passaporte da pequena G., de 3 anos. No aeroporto, a mãe da criança apresentou um Boletim de Ocorrência, que não foi aceito. Impedidos de embarcar, a família procurou a DPE-AP para conseguir uma Autorização de Viagem.

Segundo a defensora pública Alana Cardoso, a apresentação do Boletim de Ocorrência seria suficiente para o embarque somente se a criança fosse brasileira. No entanto, sendo guineense, a protocolaridade adequada exigia uma Autorização de Viagem específica. Esta autorização, composta pelos documentos dos familiares e pelo B.O. registrado pela Polícia Civil, foi o caminho necessário para resolver a situação.

“Nosso papel foi assegurar os direitos da criança. Eles não têm moradia aqui e tem moradia em São Paulo e não estavam preparados para passar esses dias a mais em Macapá. Já estavam dormindo no aeroporto e precisavam voltar para casa”, disse Alana.

A atuação da Defensoria Pública do Amapá resolveu um problema burocrático e também resgatou a esperança e dignidade da família Camara, reforçando o compromisso da instituição em ser uma voz essencial para aqueles que estão em vulnerabilidade e buscam construir uma vida melhor em terras estrangeiras. A história dos Camara é um testemunho da importância da Defensoria Pública no apoio aos imigrantes em suas lutas por uma vida mais justa e digna.