Com auxilio da DPE-AP, jovem de 17 anos aprovada em Concurso Público consegue iniciar supletivo para terminar Ensino Médio

Bruna Raiany, 17, foi aprovada para combatente dos Bombeiros Militar do Amapá.

Por Jeanne Maciel
13 Fev de 2023, 2 anos atrás
Com auxilio da DPE-AP, jovem de 17 anos aprovada em Concurso Público consegue iniciar supletivo para terminar Ensino Médio

 

Foi com o poder requisitivo da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP), que a jovem Bruna Raiany, 17, conseguiu iniciar o supletivo para concluir o ensino médio. Ainda na escola, Bruna prestou concurso público para combatente do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá em 2022, o qual ficou em 117º lugar, e não queria abrir mão da oportunidade que pode dar um novo sentido a sua vida.

Segundo Cristiany Batista, mãe Bruna, a jovem foi emancipada pelos pais, que tentaram, por outros meios, conseguir que ela terminasse a tempo o ensino médio. O diploma é um dos requisitos necessários para o ingresso no cargo.

“Nós fomos na escola que ela estudava e na Secretaria de Educação, mas eles disseram a mesma coisa, para pedir a reclassificação dela no concurso. Ela iria para o fim da fila, seria o mesmo que desistir”, explicou a mãe de Bruna.

Sem sucesso, eles procuraram a Defensoria Pública em Santana, local onde moram, para tentar encontrar uma solução.

“Encaminhamos um ofício para uma instituição de ensino que realiza o curso supletivo e garantimos, não só o direito à educação, mas, também, à futura posse do concurso público no qual ela foi aprovada”, explicou o defensor público Roberto Coutinho, que atendeu o caso.


“É uma realização”

No início de 2022, Bruna Raiany viu no serviço público uma oportunidade para um futuro estável. Foi então que jovem dividiu sua vida entre a escola e os estudos específicos para o concurso para Corpo de Bombeiros Militar.

Não foi fácil para a estudante, que teve seu primeiro ano do ensino médio durante a pandemia. O ensino à distância prejudicou o aprendizado de matérias básicas, como biologia, física e química, itens essenciais na prova objetiva.

A aprovação veio em agosto, com a surpresa da boa colocação. “É uma realização. O que era um ‘talvez’ no início se tornou um objetivo muito grande, toda a disciplina e dedicação valeu a pena”, expressou Bruna.

O apoio dos pais foi essencial. “A gente acompanhava ela duas vezes na semana no cursinho em Macapá, e continuamos dando apoio nos treinos para o TAF. Ela chegava a treinar 3 vezes por dia”, contou a mãe orgulhosa.

“Eu sempre dizia para ela que muitas coisas eu não poderia lhe dar, mas eu sempre estaria motivando e ajudado ela a estudar, pois, somente isso iria lhe conduzir ao sucesso”, relatou Cristiany.

No dia 2 de fevereiro, a atuação da Defensoria Pública possibilitou a inscrição de Bruna no ensino supletivo, um alívio para focar ainda mais no concurso. Logo, nos dias 9 e 10 de fevereiro, a jovem passou no Teste de Aptidão Física (TAF).

“Graças a Deus nós tivemos portas abertas em cada etapa. Eu sempre digo que ainda tem muitas coisas bonitas para acontecer”, disse Bruna, que dedicou a conquista a sua família.


Poder de requisição

Conforme previsto no art. 128, X, da Lei Complementar 80/1994, as Defensorias Públicas possuem prerrogativa para requisitar de agentes e órgãos públicos documentos, informações, exames, esclarecimentos e outras providências necessárias ao exercício de suas atribuições.

“O que é bastante especial, além do empenho da assistida para ser aprovada, é que a instituição de ensino, nesse caso, é privada. A gente vê uma consolidação do reconhecimento da Defensoria Pública, além do que já é minimamente reconhecido, que é o poder de requisição aos órgãos públicos”, destacou o defensor público Roberto Coutinho.