Com auxílio de intérprete de Libras, DPE-AP consegue absolvição de assistido mudo

Acusado de furtar um aparelho telefônico, homem foi inocentado no dia 18 de agosto.

Por Jeanne Maciel
29 Ago de 2022, 2 anos atrás
Com auxílio de intérprete de Libras, DPE-AP consegue absolvição de assistido mudo

 

O direito à acessibilidade é decisivo para o futuro de uma pessoa com deficiência. Na justiça, o caso de um homem mudo acusado de furtar um aparelho celular poderia ter sido totalmente diferente se não houvesse inclusão. No dia 18 de agosto, ele foi absolvido após defesa da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP), que disponibilizou a interprete de Libras da instituição na audiência do caso.

O assistido havia guardado um celular para um vizinho que conhece há muitos anos, mas não sabia que o aparelho era de origem ilícita. Segundo consta nos autos, ele chegou a devolver o objeto para o tio desse mesmo vizinho, mas foi acusado de participar do furto.

Durante a audiência de instrução, a interprete de Libras da DPE-AP, Iza Almeida, auxiliou o assistido, que não fala em decorrência de uma lesão nas cordas vocais. “Ele ouve e não entende Libras. Com perguntas objetivas, respondidas com sim ou não e gestos, ele conseguiu dar seu depoimento”, explicou Iza.

Conforme estabelecido pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência no art. 79, o poder público deve assegurar o acesso da pessoa com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Segundo o defensor público Eduardo Vaz, do Núcleo Criminal de Santana, a importância de assegurar esse direito está bem exemplificada no caso.

“Conseguimos a comprovação da inocência dele e o auxílio da Defensoria Pública através da nossa intérprete foi decisivo para conseguir a absolvição”, disse Eduardo Vaz.