Com dados estatísticos, DPE-AP identifica principais demandas de internos no IAPEN

A partir dos dados, será possível direcionar outras ações no IAPEN voltada para as principais recorrências.

Por Jeanne Maciel
26 Mai de 2022, 2 anos atrás
Com dados estatísticos, DPE-AP identifica principais demandas de internos no IAPEN

 

A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) organizou um relatório estatístico do mutirão realizado no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPEN) nos dias 2 e 3 de maio com objetivo de analisar o perfil dos assistidos e entender as principais demandas. A partir dos dados, será possível direcionar outras ações no IAPEN voltada para as principais recorrências.  

Segundo dados do relatório, existem 2.517 presos nas dependências do IAPEN1, sendo 2.423 (96,26%) homens e 94 (3,73%) mulheres. 503 assistidos foram atendidos no mutirão, destes 53% se tratavam de presos que estavam no regime provisório e 47% no regime fechado.  

Sobre as principais demandas, os assistidos do Núcleo de Execução Penal buscaram principalmente consulta processual (40%), orientações sobre inserção em trabalho interno ou estudo para remissão de pena (36%), assim como anexo de folha de ponto para computar os dias trabalhados (7%).  

Já no Núcleo Especializado Criminal, que também esteve no mutirão, os atendimentos se concentraram em orientações jurídicas (83%), revogação de prisão preventiva (14%) e Habeas Corpus (3%).  

“É importante para a Defensoria Pública identificar efetivamente o que foi realizado, dessa forma o nosso esforço será melhor direcionado e alcançará um número maior de pessoas”, disse o corregedor-geral Eduardo dos Anjos. 

Além dos dados sobre o mutirão, o relatório também identificou haver superlotação na Coordenadoria da Penitenciária Masculina (COPEMA), com 133% além da capacidade permitida e na Coordenadoria dos Centros de Custódia (COCEC), com 93% acima do adequado. Somadas, as duas coordenadorias possuem um excedente de 1.104 ocupações. 

O defensor público Jefferson Teodósio, que coordena o Núcleo Criminal, explicou que os mutirões são um dos meios de remediar a superlotação do sistema carcerário.  

“A Defensoria atua na análise de cada caso individualizado verificando hipóteses de Habeas Corpus, pedidos de revogação de prisão preventiva, saídas temporárias, progressão de regime de pena e até mesmo eventuais hipóteses de penas já cumpridas”, disse o defensor público.  

Jefferson frisa que a ação foi pensada para otimizar a eficiência nos atendimentos. “Cada assistido foi entrevistado pelo defensor público que atua na própria Vara Judicial em que o preso tem processo, otimizando as análises. Muitos processos foram peticionados já no ato do atendimento”, explicou.