Conrado Paulino discute temas atuais na prática de Direito da Família e Sucessões

O advogado e especialista de Direito da Família e Sucessões trouxe reflexões sobre união estável, guarda, alienação parental, entre outros.

Por Caroline Mesquita
23 Mai de 2024, 7 meses atrás
Conrado Paulino discute temas atuais na prática de Direito da Família e Sucessões

 

O segundo dia da Semana Jurídica da Defensoria Pública, que este ano abordou o tema “A Defensoria Pública como Guardiã dos Direitos Fundamentais: Perspectivas e Desafios”, contou com a palestra “Temas atuais na prática do Direito de Família e Sucessões”, realizada pelo professor e advogado Conrado Paulino.

Conrado é do Rio Grande do Sul, estado que está sofrendo com enchentes desde o fim de abril, e enfrentou vários problemas logísticos para chegar no Amapá para contribuir com o evento. Ele comentou que ficou feliz de ter vindo ao encontro e poder trazer provocações de temas atuais de Direito da Família e Sucessões para qualificar, ainda mais, o trabalho que já está sendo desenvolvido pela Defensoria Pública do Amapá.

O palestrante trouxe reflexões sobre união estável, guarda, alienação parental, entre outros assuntos, e pontuou que as defensoras e defensores públicos que estão nessa seara de atuação lidam com duas vulnerabilidades: a vulnerabilidade econômica e a vulnerabilidade emocional.

“Nós lidamos com pessoas que não estão em condições normais, pois quando se trata da dissolução de um casamento ou da união estável, é o pior momento daquela pessoa; além da situação emocional, temos crianças e adolescentes que precisam ser protegidas. Aí temos a função da Defensoria de acolhimento não apenas jurídico, mas também psicológico, e felizmente vocês têm estrutura de psicólogo e assistentes sociais aqui”, sublinhou Conrado.

Outro tema debatido pelo palestrante foi a alienação parental, que é a prática da manipulação psicológica realizada geralmente por um dos genitores para afastar a criança emocionalmente do outro genitor.

“Infelizmente a prática da alienação parental todo mundo já viu acontecer, começa com um mero falar mal, depois obstáculos de convivência, do contato. Mas temos uma legislação própria no Brasil que prevê consequências dessa atitude”, alertou o advogado.

Para Conrado é importante o debate amplo da guarda e da alienação parental, já que a criança não terá outra oportunidade de infância ou adolescência para se recuperar dos traumas causados por essa ausência.

“Não tenho dúvidas que na guarda a regra é o compartilhamento, a divisão de responsabilidades. A guarda não afasta o direito de convivência e o pagamento de pensão alimentícia”, explicou.

Ele também falou sobre os danos morais por inadimplemento alimentar e a indenização das despesas adicionais do período da gravidez .“Precisamos de duas gerações para mudar uma cultura e somos a geração com mais oportunidade de conhecimento. Não é justo que a mulher arque sozinha com um filho”.

Para encerrar a palestra, Conrado falou sobre o oversharing (excesso de exposição) do cotidiano e da vida das crianças nas redes sociais, e como isso pode ser prejudicial para o seu desenvolvimento.

“Hoje temos um mercado inclusive de influenciadores mirins, e me preocupa os danos a esses filhos. A gente, enquanto imigrante digital, e não como nativo digital, ainda não se deu conta das consequências da exposição das crianças no mundo digital. Precisamos fazer a proteção das crianças também nesse ambiente”, finalizou.