De coração: atuação da Defensoria garante troca de marca-passo de idoso

Dispositivo estava na sobrevida e apresentava falhas que resultavam em choques, desmaios e risco de um infarto que poderia fatal.

Por Ingra Tadaiesky
07 Jul de 2023, 11 meses atrás
De coração: atuação da Defensoria garante troca de marca-passo de idoso

 

Com 15% de bateria, o marca-passo que controlava os batimentos cardíacos de Luiz Antônio, de 81 anos, começava a falhar. Diagnosticado com hipertensão e cardiomegalia, quando o coração é maior que o normal, o idoso precisava realizar a troca do equipamento com urgência. Entretanto, no Amapá a cirurgia só é realizada na rede particular e por isso sua família procurou a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) para que o Estado custeasse o procedimento.

Morador de Santana, ele já estava no 19º lugar da fila para a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém. Só que o dispositivo implantado no peito de Luiz Antônio já estava na sua sobrevida e apresentava falhas que resultavam em choques, desmaios, falta de ar e fraqueza, além do risco de um infarto que seria fatal para o idoso.

Após atuação judicial e extrajudicial da DPE-AP, a cirurgia para troca do marca-passo ocorreu no dia 28 de Junho. A defensora pública Marcela Fardim, explicou que sem um trabalho célere por parte da instituição, Luiz Antônio corria risco de vida.

“Precisávamos fazer alguma coisa se não ele não conseguiria sobreviver. Após a decisão judicial, fomos diligenciando junto ao São Camilo, o hospital responsável, e a Secretaria de Estado da Saúde para que a cirurgia ocorresse o mais rápido possível”, explicou Marcela.

“Salvar a vida desse assistido que estava lutando contra o tempo foi o melhor desfecho que poderíamos ter, porque mesmo que depois de muito tempo ele tivesse uma sentença favorável, podia ser tarde demais. Por isso a importância de, para além do processo, fazermos a atuação extrajudicial”, disse a defensora.

SOBREVIVENTE

“Sobreviver” é um verbo presente na vida de Luiz Antônio, que aos 81 anos coleciona histórias suficientes para encher livros. Aos 44 anos ele esteva presente no naufrágio mais famoso da história do estado: o Novo Amapá, a embarcação que afundou o deixou à deriva por três dias junto a seus dois filhos.

“Eu sou um sobrevivente. Sobrevivi várias vezes na vida! Depois do naufrágio, nunca tive tratamento nenhum e acho que até isso pode ter prejudicado minha saúde. Mas foi a providência de Deus conseguir, através da Defensoria, fazer a minha cirurgia. Hoje eu me sinto muito melhor e fico pensando que o marca-passo está novo no meu peito, agora não tenho mais aquela preocupação”, comemorou Luiz.