De Pai pra Filho: Defensoria recebe obras inéditas de R.Peixe e seu filho Betto Peixe

A exposição acontecerá de 2 a 30 de agosto.

Por Ingra Tadaiesky
29 Jul de 2024, 1 mês atrás
De Pai pra Filho: Defensoria recebe obras inéditas de R.Peixe e seu filho Betto Peixe

 

 

Além do sangue, o amor pelas artes, cultura e riquezas da Amazônia unem pai e filho. Com um trabalho que retrata o cotidiano amapaense, Betto Peixe montou a exposição “De Pai Pra Filho” que reuniu obras de seu pai, R. Peixe, junto às suas. A exposição estará na sede administrativa da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) de 2 a 30 de agosto. 


As telas da exposição “De Pai Pra Filho”, fazem parte do acervo familiar dos Peixe, muitas ainda são inéditas e serão compartilhadas pela primeira vez para contemplação. Betto Peixe contou que a vontade de unir seus quadros e de seu pai para apreciação existe há 3 anos, e agora, a ideia finalmente saiu do papel.


“Eu achei que o melhor a ser feito era mostrar para sociedade essas obras. Elas não poderiam ficar escondidas só no acervo da família. Elas foram praticamente as últimas obras que o papai fez, então é um momento muito especial e dá a oportunidade da população de apreciar uma boa arte”, falou o artista. 


A ARTE DE PAI PRA FILHO


R.Peixe nasceu no Pará, mas fez do Amapá seu lar e dedicou suas obras a valorizar o estado que o acolheu. Em 1963 começou os estudos na Escola Nacional de Belas Artes e, após se formar, em 1973, fundou a Escola de Artes Cândido Portinari, onde foi professor até 1981. Ele faleceu em 2004 e, em vida, inseriu seu filho Betto Peixe no mundo das artes.


Foi após o falecimento do pai que Betto começou a explorar a pintura em telas. Tanto pai quanto filho retratam, de maneira singular e autêntica, o cotidiano, a cultura e a paisagem amapaense, como verdadeiros conhecedores dessas vivências.


“Nossas obras retratam o cotidiano da vida local. Papai pinta nos traços dele, no impressionismo e abstrato e eu pinto muito nossa cultura, no nosso Maracá e Cunani. Nós retratamos de forma diferente, ele dentro da técnica dele e eu dentro da minha, porque cada um de nós tem seu próprio legado, nossa forma de pintar, de representar e se expressar“, ressaltou Betto.


R. Peixe é um dos principais nomes das artes visuais do estado do Amapá. Com a técnica de óleo sobre tela, pincelou rio, floresta e a figura do próprio amapaense e por onde ia, levava na bagagem, a vida amazônida. Peixe também eternizou o estado através da arte que ensinou para seus discípulos. Artistas como Erivelto Brito Maciel, Ivan Amanajás, Deco, Siqueira e Estevão da Silva são exemplos do legado do pintor.


As obras do artista estão expostas em muitos órgãos públicos do estado do Amapá, como Defensoria Pública e no Aeroporto Internacional de Macapá. Grande parte do acervo de Peixe também foi vendido para a França, Japão, Estados Unidos e Itália.


“Até hoje, ele foi o maior representante do Amapá, levando nossa cultura, nossa arte, nossa fauna, nossa flora, a vida do ribeirinho pra fora do estado porque pra onde ele ia, dentro e fora do Brasil ele levava o Amapá. Ele divulgava nosso estado para fora, ele representou muito bem o que o Amapá teve e, ainda tem, de melhor”, explicou Betto.