Defensor público consegue Habeas Corpus de assistido que continuava preso por não ter dinheiro para pagar a fiança

Sustentação oral prevaleceu em julgamento.

Por Ingra Tadaiesky
22 Set de 2023, um ano atrás
Defensor público consegue Habeas Corpus de assistido que continuava preso por não ter dinheiro para pagar a fiança

 

Segundo dados divulgados pelo IBGE, em 2022, 49,4% dos habitantes do estado estão em situação de vulnerabilidade. É o caso de um feirante que foi preso este ano e unicamente por não ter condições financeiras de realizar o pagamento de sua fiança continuava encarcerado. O Habeas Corpus saiu na manhã desta quinta-feira, 21, após a sustentação oral do defensor público Alexandre Koch no Tribunal de Justiça do Amapá.

O homem foi preso em junho deste ano e na audiência de custódia, o juiz condicionou a sua liberdade provisória ao pagamento de uma fiança no valor de dois salários mínimos, à vista e em um prazo de 3 horas. A quantia e o curto período impossibilitaram o feirante e sua família de realizar o débito e, assim, ele continuou encarcerado.

Para o defensor público, a conquista do Habeas Corpus através dos argumentos apresentados na sustentação oral foi muito importante.

“A atuação demonstrou perante o tribunal que pessoas não podem ficar presas pelo fato de serem pobres e que a falta do pagamento de uma fiança não deve e não pode ser a única justificativa para manter uma pessoa encarcerada”, disse Alexandre.

Na ocasião, todos os desembargadores, com exceção do juiz relator, tiveram parecer favorável ao posicionamento da Defensoria e concederam a liberdade ao assistido.

“A atuação da DPE-AP com a sustentação oral permitiu a conversa direta do defensor com os desembargadores, apontando peculiaridades daquele caso, como a situação de vulnerabilidade. Eles reconheceram a situação do nosso assistido e mencionaram os argumentos apresentados na sustentação oral, ou seja, houve a efetividade da atuação”, finalizou o defensor.