Defensora Pública fala sobre a erradicação do sub-registro de nascimento

Palestra fez parte do 1º Seminário do Pacto Estadual pela Primeira Infância.

Por Ingra Tadaiesky
12 Set de 2023, 9 meses atrás
Defensora Pública fala sobre a erradicação do sub-registro de nascimento

 

Na última segunda-feira, 11, a coordenadora do Núcleo da Criança e do Adolescente da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP), defensora pública Ana Cândida, ministrou uma palestra sobre a erradicação do sub-registro de nascimento. A palestra fez parte do 1º Seminário do Pacto Estadual pela Primeira Infância.

Os sub-registros de nascimento são os nascimentos não registrados no próprio ano ou no 1º trimestre do ano subsequente ao parto. No Amapá, 15,6% das crianças registradas em 2023 não possuem o nome do pai, segundo dados do Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), significando que dos 9.261 nascimentos registrados, 1.453 são com pais ausentes.

Segundo a defensora, o registro é a porta de entrada para direitos básicos como saúde e educação e garante que a pessoa tenha, assim, sua cidadania protegida. No entanto, muitas crianças no Amapá não possuem a documentação ou, quando possuem, a ausência paterna é evidenciada nesse momento, de forma que só o nome da mãe está inserido na certidão.

Nesses casos, a Lei 0023/2022 dispõe sobre a obrigatoriedade dos cartórios do estado comunicarem os registros feitos sem identificação de paternidade à DPE-AP. Assim, a instituição pode fazer a busca ativa das mães e trabalhar na conscientização sobre o direito da criança a ter o nome do pai na documentação.

“Ter o registro é algo que perpassa o direito intransponível da cidadania, é uma forma de dizer para o Estado ‘eu existo’, é algo que abala como pessoa porque é um direito inerente ao ser humano e é imprescindível que seja sanado”, disse Ana Cândida.


“É necessário ampliar o alcance desse direito para que chegue em todas as pessoas que precisam dele. Temos que efetivamente colocar a mão na massa e atender essas pessoas”, finalizou a defensora.