Defensoria expõe obras inéditas de R. Peixe e seu filho Betto Peixe

A exposição “De Pai pra Filho” está disponível ao público de 2 a 30 de agosto na galeria de arte da sede administrativa da instituição.

Por Caroline Mesquita
02 Ago de 2024, 4 meses atrás
Defensoria expõe obras inéditas de R. Peixe e seu filho Betto Peixe

 

Em alusão e homenagem ao mês dos Pais, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) realizou nesta sexta-feira, 2, a abertura da exposição “De Pai pra Filho” com obras inéditas dos artistas plásticos R. Peixe e seu filho, Betto Peixe. As obras que retratam o cotidiano amapaense ficarão disponíveis até o dia 30 de agosto na galeria de arte da instituição.

Autoridades, familiares, amigos e apaixonados por arte prestigiaram a abertura da exposição que, segundo Betto Peixe, é um sonho antigo, que já dura mais de três anos, de reunir suas obras com as de seu pai. As telas de R. Peixe fazem parte do acervo familiar e agora serão compartilhadas com o público.

“É um momento muito importante na minha vida e que eu espero há muito tempo. São as últimas obras do meu pai e que agora poderão ser apreciadas pela população junto às minhas. Obrigado a todos que tiraram um tempo para viver nossa arte”, disse o artista, emocionado.

Mais de 20 peças compõem a exposição, que demonstram o legado artístico transmitido de pai para filho e de filho para pai. O defensor público-geral, José Rodrigues, comentou que não conheceu R. Peixe em vida, mas reconhece seu trabalho artístico e sua importância para a cultura amapaense.

“É uma felicidade imensa ter essa exposição na Defensoria Pública, de dois grandes artistas unidos pelo sangue e o amor às artes. A nossa galeria é o espaço para a população prestigiar as obras dos artistas amapaenses e para eles mostrarem seus trabalhos”, pontuou Rodrigues.

O deputado estadual Jesus Pontes prestigiou a abertura da exposição e enfatizou que as obras transmitem a amapalidade. “É o jeito tucuju transmitido na arte e nas telas. E é o que a gente precisa, o nosso povo retratado e divulgado aqui e lá fora”.

Durante o evento, a empresária Rosângela Belarmino foi sorteada com uma obra de Betto Peixe. “É a primeira obra de arte que tenho. Vou colocar na minha casa nova. Vim prestigiar o evento e saí presenteada”, comemorou.

A ARTE DE PAI PRA FILHO

R. Peixe nasceu no Pará, mas fez do Amapá seu lar e dedicou suas obras a valorizar o estado que o acolheu. Em 1963 começou os estudos na Escola Nacional de Belas Artes e, após se formar, em 1973, fundou a Escola de Artes Cândido Portinari, onde foi professor até 1981. Ele faleceu em 2004 e, em vida, inseriu seu filho Betto Peixe no mundo das artes.

Foi após o falecimento do pai que Betto começou a explorar a pintura em telas. Tanto pai quanto filho retratam, de maneira singular e autêntica, o cotidiano, a cultura e a paisagem amapaense, como verdadeiros conhecedores dessas vivências.

R. Peixe é um dos principais nomes das artes visuais do estado do Amapá. Com a técnica de óleo sobre tela, pincelou rio, floresta e a figura do próprio amapaense e por onde ia, levava na bagagem, a vida amazônida. Peixe também eternizou o estado através da arte que ensinou para seus discípulos. Artistas como Erivelto Brito Maciel, Ivan Amanajás, Deco, Siqueira e Estevão da Silva são exemplos do seu legado.

As obras do artista estão expostas em muitos órgãos públicos do estado do Amapá, como Defensoria Pública e no Aeroporto Internacional de Macapá. Grande parte do acervo de Peixe também foi vendido para a França, Japão, Estados Unidos e Itália.