Defensoria Pública atende mais de 150 indígenas nas aldeias Manga e Espírito Santo

Localizadas na Terra Indígena Uaçá, aldeias fazem parte do povo Karipuna.

Por Jeanne Maciel
30 Nov de 2022, 2 anos atrás
Defensoria Pública atende mais de 150 indígenas nas aldeias Manga e Espírito Santo

 

Fechando a semana de ações no município de Oiapoque, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) atendeu, nos dias 25 e 26 de novembro, 152 indígenas nas aldeias Manga e Espírito Santo, localizadas na Terra Indígena Uaçá. A poucos quilômetros da região central do município, as aldeias concentraram demandas de emissão de 1ª e 2ª via de identidade, retificação de registro civil e registro tardio de óbito.

É nas margens do rio Curipi que a população Karipuna das aldeias Manga e Espírito Santo reside. Ainda que o acesso aos locais não seja demorado (40 minutos de carro até a aldeia Manga e mais 1h30 de voadeira até a Espírito Santo), há uma grande carência para serviços básicos, como saúde, educação, emissão de documentos e atualização de benefícios sociais.

Grande parte dos indígenas trabalham como agricultores e são eles os maiores responsáveis pelo abastecimento de farinha de mandioca no Oiapoque e em Saint Georges, na Guyana Francesa.

Mas o custo pelo deslocamento dos produtos acaba levando quase todo o lucro. É o caso de uma de nossas assistidas, Eudilia, de 50 anos, que mora na Aldeia Manga e planta mandioca.

“Eu vendo a saca de farinha, mas custa levar de carro, aí não sobra quase nada”, conta. A assistida ganha um terço do salário mínimo por mês, com o pouco, não há como fazer muita coisa. Ela faz parte da maior demanda da ação: emissão de 2ª via de carteira de identidade.

Ainda que a emissão não seja realizada pela DPE-AP, todas as solicitações serão oficiadas para o órgão responsável.

“Percebemos que as maiores demandas eram de questões relativas a registros públicos, certidões de nascimento e óbito. Pretendemos fazer missões mais completas no futuro, com a conjugação de outros órgãos públicos a fim de garantir uma plena satisfação da demanda", pontuou o defensor público Guilherme Amaral.

A ação foi composta pela Defensoria Pública do Amapá e pela Defensoria Pública da União.