Defensoria Pública garante abrigo para família estrangeira em tempo recorde

Em menos de 24 horas, a Justiça concedeu uma liminar favorável, garantindo a inclusão da família em um programa de acolhimento.

Por Caroline Mesquita
13 Jan de 2025, 1 semana atrás
Defensoria Pública garante abrigo para família estrangeira em tempo recorde

 

Uma mãe nigeriana e seus três filhos, solicitantes de refúgio no Brasil, receberam acolhimento e alimentação graças à ação rápida e eficaz da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP). Na quinta-feira, 9 de janeiro, a família chegou a Macapá em busca de proteção, após registrar seu pedido de refúgio junto à Polícia Federal. Sem recursos financeiros e sem um local para ficar, procuraram a DPE-AP em busca de assistência. Em menos de 24 horas, a Justiça concedeu uma liminar favorável, garantindo sua inclusão em um programa de acolhimento.

Entenda o caso
A família entrou no Brasil pelo município de Oiapoque, onde se registrou na Polícia Federal e solicitou auxílio à Prefeitura local. Como parte do apoio, a Prefeitura forneceu uma passagem para que seguissem até Macapá. Na capital, a família foi recebida por uma assistente social, que, de imediato, os encaminhou à Defensoria Pública em busca de ajuda. 

Atualmente, a estrutura do estado dispõe apenas de abrigos para idosos, crianças e adolescentes, e mulheres em situação de violência doméstica. Na quinta-feira, 9 de janeiro, devido à falta de opções de abrigo, a família passou a noite na casa da assistente social.

No mesmo dia, o caso foi tratado pelas defensoras públicas Júlia Lafayette, Raphaella Camargo e Laura Lélis, que, com sensibilidade e preparo, prestaram o atendimento em inglês — idioma oficial da Nigéria — garantindo um acolhimento humanizado e acessível. A Defensoria ingressou com uma ação judicial emergencial para assegurar o abrigo temporário da família, obtendo uma liminar favorável em menos de 24 horas.

Na sexta-feira, 10 de janeiro, a decisão judicial foi cumprida, e a DPE-AP articulou com a Secretaria de Estado da Assistência Social (SEAS) e a Secretaria Municipal de Assistência Social de Macapá (SEMAS) para garantir uma solução institucional. O Estado ficou responsável pela alimentação enquanto o município forneceu o abrigo, oferecendo um espaço para a hospedagem da família por um período de 30 dias.

“A ação emergencial foi crucial para proteger os direitos humanos e garantir suporte a essa família em situação de vulnerabilidade. Eles chegaram na quinta-feira, e com o fim de semana se aproximando, os órgãos públicos poderiam estar indisponíveis. Sem nossa intervenção, essa família, com três crianças, estaria exposta a riscos graves", afirmou a defensora Raphaella Camargo, que ajuizou a ação emergencial.

A DPE-AP também acionou a Defensoria Pública da União (DPU) para acompanhar outras demandas da família, como acesso à saúde, educação e direitos sociais. Enquanto isso, a família aguarda a análise de seu pedido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), que avaliará se atendem aos critérios estabelecidos pela legislação brasileira para a concessão do status de refugiados. Durante esse processo, os solicitantes têm direito à permanência no Brasil e não podem ser deportados.