Defensoria realizará primeira eleição para representantes da população em situação de rua

As representações municipal e estadual serão eleitas no dia 3 de abril na sede da DPE-AP.

Por Ingra Tadaiesky
24 Mar de 2025, 1 semana atrás
Defensoria realizará primeira eleição para representantes da população em situação de rua

 

No dia 3 de abril, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) realizará a primeira eleição para representantes da população em situação de rua. Na ocasião, serão eleitas duas chapas: uma municipal e outra estadual. Após a eleição, os representantes serão responsáveis por dialogar com os órgãos públicos e as entidades que atendem essa população durante o triênio 2025/2028.

A eleição será destinada ao preenchimento das vagas de Coordenador, Coordenador Adjunto, Secretário Executivo e Secretário Adjunto, todos os cargos em níveis municipal e estadual. A eleição segue a orientação do Movimento Nacional das Pessoas em Situação de Rua para a realização do processo e conta com um representante da população em situação de rua, autorizado pelo movimento nacional, para acompanhar todo o procedimento.
A regulamentação das representatividades foi realizada em janeiro de 2024, pela Lei 14.821/2016 que institui a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para a População em Situação de Rua e prevê a implementação dos representantes.
Tirza Abbin é defensora pública e é responsável pela organização da eleição. Ela explicou que o Amapá é o único estado brasileiro que não possui essa representatividade.
“A ausência dessa representação é o que impede a população em situação de rua aqui do Amapá de participar de encontros e congressos para discutir a questão da população de rua", disse Tirza.
Arthur Pessoa, defensor público que integra a Comissão Eleitoral, explicou que, após o contato da DPE-AP com esse grupo vulnerável em atendimentos, foi identificada a necessidade de representantes fixos que pudessem ser responsáveis pelo diálogo entre as instituições que garantem seus direitos e a população em situação de rua.
“Por ser um grupo heterogêneo, em um contexto de extrema vulnerabilidade, é muito importante que existam representantes, eleitos pelas próprias pessoas em situação de rua, que possam levar suas demandas aos órgãos competentes, garantindo assim seus direitos”, afirmou o defensor.
Além da Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), a Secretaria de Estado de Saúde e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AP) também compõem a Comissão Eleitoral.