Defensoria sedia reunião para criação do Grupo de Trabalho “Política de Drogas no Amapá”

GT debate atuação multiprofissional para direcioná-la para a promoção dos direitos humanos e da saúde pública.

Por Ingra Tadaiesky
25 Out de 2024, 5 dias atrás
Defensoria sedia reunião para criação do Grupo de Trabalho “Política de Drogas no Amapá”

Os desafios relacionados ao uso de drogas impactam significativamente a saúde, a segurança e toda a sociedade. Segundo dados da Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), quase 30 milhões de pessoas no Brasil têm um familiar que é dependente químico. Diante dessa realidade, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) sediou a reunião, junto com outras instituições, para criar um Grupo de Trabalho dedicado à discussão do tema das drogas no estado. 


O GT “Política de Drogas no Amapá” é fruto do “Projeto GENTE, Acessando Direitos”, desenvolvido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Brasília). O objetivo é aprimorar a Política Nacional sobre Drogas no Brasil, adotando uma abordagem multidisciplinar. 


Como uma instituição que trabalha ativamente na garantia dos Direitos Humanos, no Amapá, a Defensoria Pública compõe a coordenação do Grupo de Trabalho. A defensora pública, Ana Luíza Botrel, ressaltou que a participação da DPE-AP é fundamental nesse debate. 

“A participação da Defensoria é essencial por ser uma instituição que garante a defesa dos Direitos Humanos e também por lançar a luz no debate sobre a política de encarceramento em massa, sobre a guerra às drogas, sobre os caminhos e dialogar com as demais instituições para ampliar o debate, cada um com suas visões dentro da realidade do Amapá”, disse a defensora.


A defensora pública, coordenadora do Núcleo de Execução Penal de Macapá, Elane Dantas falou sobre o propósito do Grupo de Trabalho.  


“Além do debate, esse projeto tem como propósito alinhar fluxos intersetoriais, com articulação de diferentes instituições, no intuito a alcançar um enfrentamento muito mais firme e eficiente em relação à drogatização. A construção de espaços compartilhados de decisões entre instituições permite que haja um planejamento e execução de ações importantes, respeitando os processos e demandas locais”, explicou Elane. 


O Grupo de Trabalho discute a atuação multiprofissional para transformar a abordagem que, até então, priorizou a repressão, direcionando-a agora para a promoção dos direitos humanos e da saúde pública. A defensora destacou ainda a importância de debater e alinhar a Política de Drogas, enfatizando a necessidade de pensar em alternativas que vão além do encarceramento em massa.


Além da DPE-AP, o GT é composto pelo Governo do Estado do Amapá; Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP); Ministério Público do Amapá (MPAP); Polícia Científica do Amapá (PCA); Prefeitura Municipal de Macapá; Laboratório de Estudos Etnográficos e Antropologia do Direito (LAET); Movimento da Luta Antimanicomial (MNLA-AP) e RENFA-AP.