Defensoria visita ocupação na zona sul de Macapá, em trabalho de pacificação social

DPE-AP compõe Comissão Regional de Soluções Fundiárias

Por Ingra Tadaiesky
12 Dez de 2023, 5 meses atrás
Defensoria visita ocupação na zona sul de Macapá, em trabalho de pacificação social

 

Com a missão de garantir o acesso à defesa e ampliar a voz de pessoas vulneráveis, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) compõe a Comissão Regional de Soluções Fundiárias ao lado do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) e Ministério Público (MP-AP). Juntas, as instituições possuem o objetivo de encontrar soluções pacíficas para conflitos fundiários de reintegração de posse. Na última segunda-feira,11, a Comissão visitou uma ocupação localizada na zona sul da cidade de Macapá.

A visita técnica no Ramal da Aseel, no bairro Universidade, teve como foco realizar um levantamento in loco da área e de seus moradores, reconhecendo suas vulnerabilidades e inspecionando a região.

De acordo com o defensor público Guilherme Amaral, a presença da DPE-AP é essencial para fiscalizar e assegurar que as pessoas vulneráveis e economicamente hipossuficientes sejam ouvidas e tenham seus direitos preservados.

"Conversamos com os moradores para obter informações sobre eles, como quando chegaram, se houve alguma violação de direitos e, principalmente, se houve alguma violação processual, ou seja, se foram ouvidos no processo. Nossa missão principal é garantir que a parte vulnerável seja ouvida e dar voz a eles", afirmou o defensor.

Essa abordagem colaborativa entre diferentes instituições destaca o esforço conjunto para lidar com questões sensíveis e estabelecer tentativas de resolução de conflitos pela via conciliatória, promovendo um ambiente mais justo e equitativo para todas as partes envolvidas.

Segundo a juíza Aline Perez, magistrada que conduziu a visita, a Comissão tem papel pacificador, tendo como prioridade buscar soluções intermediárias para que o conflito seja solucionado.

“Nosso propósito foi fomentar mais subsídios para conseguirmos uma fase de mediação, de conciliação. Desta forma, conseguimos informações fáticas com encarte fotográfico, ouvimos de cada morador a sua história de vida para esclarecimento dos fatos e assim subsidiar para um tratamento adequado da demanda, que nem sempre é a imposição de uma sentença”, detalhou a juíza Aline Perez.

Comissão Regional de Soluções Fundiárias

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), através da Resolução nº 350/2020, instituiu a criação de Comissões Nacionais e Regionais de Soluções Fundiárias, com o objetivo de fortalecer o sistema de Justiça, proporcionando suporte aos magistrados responsáveis por ações relacionadas a conflitos fundiários coletivos.

Essa medida estabelece diretrizes para a realização de visitas técnicas em áreas de litígios e para a condução de audiências de mediação e conciliação, visando a resolução pacífica de conflitos relacionados à posse de terras. A criação da Comissão busca aproximar as partes envolvidas, permitindo que o proprietário da terra compreenda a realidade da pessoa que a ocupou.