DPE-AP promove palestras de conscientização sobre violência de gênero para homens agressores

Ação faz parte da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher

Por Caroline Mesquita
03 Dez de 2024, 3 semanas atrás
DPE-AP promove palestras de conscientização sobre violência de gênero para homens agressores

 

Como parte da campanha global 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, que visa conscientizar a sociedade sobre a violência de gênero e promover ações efetivas para combatê-la, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) está promovendo um ciclo de palestras focado na reeducação e no fortalecimento de mulheres e homens. A iniciativa tem como objetivo incentivar a reflexão social e fortalecer o empoderamento das mulheres em situação de violência atendidas pela instituição.

O Núcleo de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem) organizou uma programação diversificada, com destaque para três palestras educativas voltadas a homens agressores. Os encontros abordam temas essenciais, como machismo estrutural, o ciclo da violência e a importância de relações familiares saudáveis. Além disso, uma roda de conversa foi planejada para apoiar o fortalecimento emocional e psicológico das mulheres em situação de violência.

Na manhã desta terça-feira, 3, ocorreram as duas primeiras palestras voltadas aos homens agressores, intimados a participar do curso. Os momentos foram marcados por esclarecimentos, reflexões e espaço para escuta. A atividade contou com a colaboração de servidores do Nudem e do assessor jurídico Abrahão Jara, do Centro de Atendimento à Mulher e à Família (Camuf), de Macapá.

Durante a palestra, Abrahão Jara exemplificou como o patriarcado perpetua o controle sobre as mulheres. "O patriarcado acontece no seio familiar. Por exemplo, insinuar que uma mulher estava fazendo algo errado na rua sem provas é uma forma de injúria, o que configura crime. Da mesma forma, forçar relações sexuais no casamento também é crime, pois o casamento não dá direito ao homem de controlar o corpo da mulher."

A psicóloga Marilí dos Anjos abordou a importância de lidar com os próprios sentimentos e buscar apoio emocional. Ela perguntou aos homens sobre as emoções que têm cultivado e se possuem alguém com quem possam conversar. "É fundamental refletir sobre o comportamento até hoje e pensar no que pode ser mudado. Nunca é tarde para procurar ajuda, especialmente para quem é mais jovem e está começando a trilhar um novo caminho," reforçou Marilí.

A defensora pública Marcela Fardim, coordenadora do Nudem, destacou a relevância de incluir os homens agressores na campanha como uma forma de prevenir reincidências e quebrar ciclos de violência. “Nossa intenção é educar também os homens, mostrando que o machismo estrutural é prejudicial e que a violência contra a mulher não é o caminho. Reeducá-los é parte essencial da luta contra a violência de gênero,” concluiu.

O próximo encontro do ciclo está programado para esta quarta-feira, 4, e será destinado às mulheres assistidas pela Defensoria. A roda de conversa planejada visa conscientizar sobre o ciclo da violência e fortalecer a construção da autoestima das participantes.