É legal saber!: Órfãos de vítimas de feminicídio têm direito a pensão especial

A Lei 14.717/2023 foi sancionada em 31 de outubro de 2023.

Por Ingra Tadaiesky
14 Mar de 2024, 2 meses atrás
É legal saber!: Órfãos de vítimas de feminicídio têm direito a pensão especial

 

No dia 31 de outubro de 2023 foi sancionada a Lei 14.717/2023, que garante que órfãos de mulheres vítimas de feminicídio tenham direito a uma pensão especial. O objetivo da lei é que crianças e adolescentes não sejam retirados dos cuidados de suas famílias e levados para instituições.

A pensão especial é paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e será destinada aos filhos biológicos, adotivos e dependentes cuja renda familiar mensal, por pessoa, seja igual ou inferior a 25% do salário mínimo, que em 2024 equivale a R$ 330.

A Lei prevê ainda que:

  • A pensão será paga até que filhos ou dependentes completem 18 anos;
  • O benefício poderá ser concedido provisoriamente antes do julgamento do crime terminar, se houver indícios fundados de feminicídio;
  • Se o processo judicial não comprovar o feminicídio, a pensão será suspensa; Nesse caso, os valores já recebidos não precisarão ser devolvidos.
  • A pensão será concedida mesmo que o feminicídio tenha ocorrido antes da publicação da lei, mas sem efeitos retroativos;
  • O suspeito de cometer feminicídio ou de ser coautor do crime não poderá receber ou administrar a pensão em nome dos filhos;
  • A pensão especial, ressalvado o direito de opção, não será acumulável com outros benefícios previdenciários;
  • O benefício não impede o agressor ou o autor de indenizar a família da vítima.

A defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher, Marcela Fardim, ressaltou a importância da Lei 14.717/2023 para garantir um amparo para crianças e adolescentes.

“Em um contexto em que a violência contra a mulher continua a ser uma preocupação nacional, essa legislação assume um papel crucial ao garantir apoio aos filhos biológicos, adotivos e dependentes que perderam suas mães para o feminicídio e a Defensoria está de portas abertas para atuar em prol desse direito”, finalizou Marcela.