“É mais uma oportunidade de vida”, diz assistido que recebeu alvará de soltura em mutirão no IAPEN

Ação que ocorreu na igreja do Instituto na última quarta-feira, 11.

Por Jeanne Maciel
16 Out de 2023, 8 meses atrás
“É mais uma oportunidade de vida”, diz assistido que recebeu alvará de soltura em mutirão no IAPEN

 

Na última quarta-feira, 11, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) realizou mais um mutirão voltado para a população carcerária. 267 assistidos dos regimes provisório, semiaberto e fechado foram atendidos na ação, que ocorreu na igreja do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPEN).  


Em dois casos, os assistidos receberam alvará de soltura após a análise e atuação da Defensoria Pública. 


Pedro* estava em livramento condicional quando foi acusado de tráfico de drogas e levado para o IAPEN. O assistido foi julgado e o crime desclassificado para porte para consumo pessoal, o que no entendimento jurisprudencial não deveria ocasionar a prisão dele. 


Há dois meses ele aguardava que a liberdade condicional fosse restabelecida. "Com a ajuda da Defensoria Pública vou retornar para a minha família e é mais uma oportunidade de vida. É uma nova chance", expressou o assistido.


Carlos* também foi um dos assistidos que teve o alvará de soltura expedido. Ele estava preso no IAPEN desde agosto de 2021. A Defensoria Pública pediu a revogação da prisão preventiva do assistido tendo em vista a ausência de motivo que justificasse a decretação da prisão. 


O pedido foi atendido pelo juízo responsável e cumprido durante o mutirão realizado dentro do Instituto.


Segundo a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Execução Penal, Elane Dantas, a presença da Defensoria no Iapen é uma forma de estar mais perto dos tutelados pelo Estado e, assim, ser um instrumento de transformação social. 


“A atuação da Defensoria junto ao Iapen é de extrema relevância, porque não se limita somente em relação ao acompanhamento de processos de execução da pena e criminais. Para além disso, é responsável pela tutela de direitos coletivos por meio de uma atuação política social, sendo uma voz crítica ao observar as demandas individuais e coletivas”, disse a defensora. 


Para  a defensora pública Adegmar Loiola, coordenadora do Núcleo Criminal de Macapá, é importante que a Defensoria Pública esteja presente não apenas com atendimentos da área criminal e execução penal, mas em todas as áreas cíveis. 


“Não é incomum que os internos tenham outras demandas, principalmente reconhecimento de paternidade e segunda via de documentos”, explicou Adegmar. 


10 defensores públicos e 36 assessores jurídicos participaram da ação. 


*Os nomes dos assistidos são fictícios