Em Santana, Defensoria consegue medicamento a base de Canabidiol para criança autista

Além da medicação, tratamento multiprofissional também foi solicitado.

Por Ingra Tadaiesky
09 Mai de 2024, 7 meses atrás
Em Santana, Defensoria consegue medicamento a base de Canabidiol para criança autista


Em Santana, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) conquistou um feito significativo para a pequena Ana Maitê, de 5 anos, ao assegurar o acesso a um medicamento à base de canabidiol para o seu tratamento. Autista com nível de suporte 2, a medicação garante à menina uma melhor qualidade de vida.

Ana Maitê foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista nível de suporte 2 com alerta para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade Padrão combinado como comorbidade. Por essa razão, a neurologista responsável pelo laudo solicitou tratamento com uma equipe multiprofissional e o uso contínuo de um medicamento a base de canabidiol para o melhor desenvolvimento da menina.

Sem condições financeiras para arcar com a medicação e com resposta negativa do Estado, a mãe de Ana, Jéssica do Socorro, buscou a DPE-AP para garantir à filha que o seu direito à saúde não fosse negado.

“É um tratamento muito caro e de difícil acesso no Brasil. Eu não conseguiria arcar sozinha e com a negativa do Estado precisei buscar judicialmente esse tratamento e a sensação, ao conseguir, é só de gratidão, de que o dever foi cumprido”, comemorou a mãe.

O defensor público, Eduardo Vaz, explicou que foi movida uma ação de proteção específica que garantiu que os custos com a medicação e o acesso à ela fossem arcados pelo Estado, assim como as consultas contínuas e o tratamento multiprofissional.

“Este caso ilustra a importância da Defensoria Pública em garantir que os direitos das crianças a um tratamento adequado e a uma vida digna sejam respeitados e promovidos. Dessa forma, esse trabalho é vital para assegurar que as políticas de saúde sejam implementadas de forma eficaz e que os direitos das crianças, especialmente aquelas com condições especiais de saúde, sejam prioritários nas agendas políticas”, ressaltou Eduardo.

Com os frascos em mãos e com tratamento iniciado, Jéssica contou que Ana Maitê já apresenta avanços significativos.

“Esse medicamento foi um divisor de águas na vida da minha filha. Ela tinha dificuldades de interação, de falar, de pegar, de comer e hoje a Ana consegue fazer desenhos, consegue se expressar, dizer ‘mamãe tô com fome’, ‘mamãe tô com dor de cabeça’. Quando escuto isso só me resta gratidão. Esse remédio foi muito importante para o desenvolvimento dela e eu só desejo que outras famílias possam ter esse acesso”, finalizou a mãe.