HC Coletivo impetrado pela DPE-AP pede mudanças da cela de triagem no IAPEN

Recém-chegados ao Instituto ficam dias no local, sem colchões e higiene.

Por Jeanne Maciel
20 Set de 2023, um ano atrás
HC Coletivo impetrado pela DPE-AP pede mudanças da cela de triagem no IAPEN

 

Nos dias 28 e 30 de agosto, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) realizou uma visita técnica nas dependências do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPEN). Durante a ação, foram observadas as condições insalubres do local onde são abrigados os recém-chegados ao Instituto. O setor denominado de “triagem”, onde os apenados aguardam por, pelo menos, 15 dias para serem encaminhados ao pavilhão onde irão cumprir pena ou permanecer em prisão provisória, não possui, sequer, colchão. 


Diante da situação, a Defensoria Pública impetrou um Habeas Corpus Coletivo para que o lAPEN encaminhe todas as pessoas privadas de liberdade da triagem para pavilhões definitivos e passe a não inserir novos custodiados no local. 


As condições precárias se estendem ainda a escassez de água e falta de produtos de higiene básica. Na visita feita no dia 30 de agosto, 15 pessoas aguardavam no local, vestindo as mesmas roupas do dia da prisão e dormindo em chão de concreto. 


Segundo os autos, não há motivos para que os internos permaneçam mais de duas semanas na triagem, já que a justificativa principal seria a não proliferação do Covid-19 durante a pandemia. Hoje, ao invés do isolamento, há um acúmulo de pessoas em circunstâncias insalubres.  


Para a defensora pública Mariana Leal, que atuou no caso, o local não possui nenhuma condição para habitação. “Há uma quantidade muito grande de pessoas, sem locais de dormir e nenhuma ventilação”, observou durante a visita no setor. 


“Decidimos fazer o Habeas Corpus coletivo para que o IAPEN não abrigasse mais pessoas nesse local e destinasse os presos para outro local. Evitar que as pessoas sejam alocadas ali, mesmo que por pouco tempo, pela ausência total de condições de habitação”, pontuou Mariana.


Uma medida liminar para que providências sejam tomadas foi concedida pelo juízo responsável, mas ainda não há nos autos notícias de cumprimento pelo IAPEN. A Defensoria Pública irá acompanhar o caso através da ação.