Maria da Penha: Defensoria Pública marca os 18 anos da lei com roda de conversa

Assistidas que viveram situações de violência doméstica compartilharam suas histórias, trocaram experiências e foram orientadas sobre os direitos das mulheres.

Por Caroline Mesquita
07 Ago de 2024, 3 meses atrás
Maria da Penha: Defensoria Pública marca os 18 anos da lei com roda de conversa

 

Assistidas que viveram situações de violência doméstica compartilharam suas histórias, trocaram experiências e foram orientadas sobre os direitos das mulheres.

A Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) promoveu, na manhã desta quarta-feira, 7, a roda de conversa “Papo de Mulher - Direitos das mulheres, encerramento de ciclos, troca de experiências e vivências femininas”, em alusão ao aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340/2006, que combate a violência doméstica e familiar no Brasil.

A roda de conversa foi organizada pelo Núcleo de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher da DPE-AP, e ofereceu um espaço de acolhimento, orientação sobre o ciclo e tipos de violência, e trocas de experiências e apoio entre 20 assistidas, que viveram situações de violência doméstica.

“Queremos que saibam que estamos sempre aqui e que podem contar conosco, seja na assistência jurídica, no aconselhamento e orientação, na força para dizer não ao ciclo de violência. Independente de qualquer coisa, estamos aqui por vocês”, disse a coordenadora do Núcleo, defensora pública Marcela Fardim.

O encontro permitiu que cada assistida se sentisse à vontade para contar sua história, bem como para ser acolhida em suas fragilidades. Emocionada, uma assistida comentou que só conseguiu sair do ciclo da violência quando a filha nasceu. “Foi minha filha quem me deu força para pedir minha separação. De procurar ajuda, pedir medida protetiva e seguir em frente”, relembrou.

Outra assistida falou que foi a filha de 12 anos quem abriu seus olhos. “Quando aconteceu a última violência física, a minha filha me disse ‘agora chega, a senhora precisa ir lá’. E foi assim que eu fui à Delegacia da Mulher. Eu tenho 4 filhos e preciso estar viva por eles”.

A roda de conversa também abordou os cinco tipos de violência, que são a física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A psicóloga Marili dos Anjos lembrou que, além de reconhecer essas violências, é possível alertar a mulher a denunciar o agressor. “É ter um olhar de empatia e cuidado com essa mulher. É preciso alertar, denunciar e proteger”, frisou.

Lei Maria da Penha - A lei leva o nome da farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que sofreu uma tentativa de feminicídio cometida pelo seu marido e ficou paraplégica. O crime aconteceu em 1983, mas a lei da violência doméstica passou a vigorar apenas em 2006.