“Não tenho palavras para expressar minha gratidão”, diz pai que após atuação da DPE-AP, conseguiu a guarda de filho que estava em abrigo

Criança estava há 3 meses na Casa da Hospitalidade

Por Ingra Tadaiesky
15 Dez de 2023, 5 meses atrás
“Não tenho palavras para expressar minha gratidão”, diz pai que após atuação da DPE-AP, conseguiu a guarda de filho que estava em abrigo

 

2023 vai encerrar com um final feliz para seu Raimundo Nonato, que conseguiu, graças à atuação da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP), a guarda do seu filho Josué, de 1 ano e 5 meses, que permanecia no abrigo Casa da Hospitalidade, em Santana, desde o mês de setembro.

Raimundo Nonato é pai de Josué e há tempos não tinha contato com o filho, por ter se mudado do município de Porto Grande (AP) para o Maranhão (MA). Quando soube que a criança estava em um abrigo, moveu céus e terras para buscá-lo. Após percorrer mais de 1.400 km, chegou ao abrigo Casa da Hospitalidade, no Amapá, e deparou-se com um desafio: seu nome não constava na Certidão de Nascimento de Josué, logo não poderia buscá-lo.

Nesse momento, o pai procurou a Defensoria Pública para ter seu vínculo de paternidade reconhecido de forma registral e, na sequência, foi realizada uma ação de guarda para que ele pudesse levar seu filho para sua nova, casa no Maranhão.

O defensor público do Núcleo Regional de Porto Grande, Pedro Vinícius, que atuou no caso, relatou que toda a ação foi conduzida com extremo zelo pela DPE-AP e pelas demais instituições que colaboraram, como os CRAS, Conselho Tutelar, as secretarias de Assistência Social do estado e do município, além do Ministério Público.

Além disso, o processo contou com o apoio das secretarias de assistência social do Maranhão, que levantaram informações sobre o pai e sua família, certificando-se de que era um lar seguro para o pequeno Josué. Todos estavam unidos pelo mesmo propósito.

“Quando se trata de crianças temos que ter todas as cautelas possíveis, entender as condições que a família pode receber a criança e percebemos que o pai teria o melhor lar para ele”, disse o defensor.

Pedro disse ainda que a atuação da DPE-AP foi essencial para garantir um futuro diferente para Josué.

“O pai conseguiu reconhecer o vínculo de paternidade e resgatar o filho, isso não tem preço. Ficamos todos comovidos com a situação porque é um pai que salvou seu filho de uma situação de vulnerabilidade. A importância dessa convivência familiar e a preservação desses vínculos representa muito”, disse o defensor, emocionado.

Raimundo Nonato desafia as estatísticas de um país que, anualmente, ultrapassa a marca de 160 mil crianças abandonadas pelos pais, segundo dados da Associação Nacional de Pessoas Naturais (ARPEN). Ele demonstra que, acima de tudo, o amor ainda pode prevalecer.

“Eu não tenho nem o que falar, não tenho palavras para expressar minha gratidão. Fiquei tão alegre que tem horas que eu fico pensando sozinho e choro de felicidade porque fui muito ajudado pela Defensoria. Só tenho a agradecer mesmo porque só Deus paga o que eu não posso pagar”, comemorou o pai.