Para reforçar atuação da DPE-AP, duas novas defensoras públicas tomam posse no Amapá

A posse foi comemorada pela comunidade extrativista Foz do Mazagão Velho.

Por Ingra Tadaiesky
02 Set de 2024, 3 meses atrás
Para reforçar atuação da DPE-AP, duas novas defensoras públicas tomam posse no Amapá

 

Com a missão de assegurar os direitos dos mais vulneráveis, a Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP) empossou na tarde desta segunda-feira, 2, duas novas defensoras públicas. A chegada foi comemorada pela comunidade extrativista Foz do Mazagão Velho, assistida pela Defensoria e representada pela usuária Rosilda do Socorro. 

Com assento na mesa de honra, Rosilda representou todas as pessoas que são beneficiadas pelo trabalho da DPE-AP. Em seu discurso, ela lembrou do impacto que a instituição teve em sua vida, quando ela e mais 40 famílias do assentamento extrativista Foz do Mazagão Velho, tiveram seu direito à moradia garantido após a Defensoria Pública conseguir a suspensão de uma ordem de despejo.

“Lá moram 40 famílias, 35 crianças, 4 idosos e 7 crianças com deficiência. A ação de retirada forçada ia acontecer em uma segunda-feira e ficamos sabendo na terça-feira da semana anterior, 18h. O que fazer? A quem recorrer? Saímos batendo de porta em porta com o desespero de não saber para onde iríamos. Foi quando fomos até a Defensoria Pública, e foi feito um brilhante trabalho impedindo o nosso despejo e graças a Deus hoje estamos lá. Em nome de todas as famílias que passaram por aquela situação, o nosso muito obrigado”, falou Rosilda emocionada. 

O defensor público-geral, José Rodrigues, falou sobre a escolha da realização de uma solenidade de posse diferente de todas as outras: onde a população vai para o dispositivo e tem espaço de fala junto às autoridades. 

“Nossa posse dá a fala para o assistido porque quem de fato dá legitimidade ao nosso serviço é o povo, e a Defensoria só existe por causa do povo. Então nada melhor do que o povo no dispositivo falando sobre o que representa a Defensoria Pública”, ressaltou. 

Maira De Luca Leal e Camila Freire Monteiro de Araújo são as duas novas defensoras que trilharão o caminho da justiça e da transformação social promovido pela DPE-AP. Segundo José Rodrigues, defensor público-geral, a chegada das novas defensoras reforça a equipe da Defensoria, permitindo que a instituição conte com mais profissionais dedicados a garantir os direitos da população.

“Já atendemos mais de 120 mil pessoas só no primeiro semestre de 2024, e com dois novos membros a tendência é que atendamos ainda mais. Não só em quantidade mas com cada vez mais qualidade. Nosso atendimento prima pela humanização do nosso assistido”, afirmou o DPG. 

Em seu discurso de boas vindas, José Rodrigues, desejou às novas defensoras o espírito de servir à população do estado do Amapá. 

O defensor público, Guilherme Amaral, compôs o dispositivo representando a Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Amapá (ADEPAP) e falou sobre o protagonismo que a DPE-AP possui.

“O diferencial de ser defensor no Amapá é o protagonismo. Quando a gente fala em protagonismo muitas vezes pode parecer algo autocentrado, num sentido de se destacar dos outros. Mas o protagonismo da Defensoria Pública do Amapá é diferente, é o protagonismo de servir. A gente espera que vocês tragam o que têm de melhor, suas peculiaridades e o potencial de cada uma”, disse Guilherme. 

Carregadas de emoção, Camila Freire e Maira De Luca discursaram sobre suas trajetórias até aquele momento e comemoraram a nova etapa de suas vidas.

“Estar aqui é a realização do maior sonho da minha vida profissional e também é a minha missão. Desde os tempos da faculdade, essa é a instituição pela qual me apaixonei, onde eu iniciei o meu primeiro estágio e pude ter a certeza que o meu sonho era ser defensora pública. Quando eu redigia petições tinha a certeza que não havia nada mais importante do que aquilo, eram pessoas extremamente vulnerabilizadas e de hipossuficiência econômica que precisavam ser vistas e conseguir garantir seus direitos fundamentais era a coisa mais importante”, declarou Camila Freire. 

 “No começo da faculdade de direito, um amigo me disse que meu primeiro estágio tinha que ser na Defensoria Pública. Em um mundo onde o acesso à justiça é tão elitizado, ter esse choque de realidade é necessário para sair da bolha. Ao longo da minha faculdade tive outras experiências profissionais mas nada se comparava à Defensoria Pública, porque ela olha a pessoa no processo como uma pessoa e não como apenas mais um processo. Poder ter contato com as histórias de vida e fazer o melhor para garantir os seus direitos é a missão que eu mais sou apaixonada, é escutar os nossos assistidos, ser o momento de escuta e mostrar que ele não é apenas mais um para o Estado. Como defensora, prometo que jamais vou deixar de ouvir as pessoas e suas histórias ”, finalizou Maira De Luca.