"Precisamos romper o paradigma da defesa como um mero expectador", diz Franklin Roger no segundo dia de palestras da Semana Jurídica

Ministrante é autor da tese "Investigação Criminal Direta Pela Defesa".

Por Jeanne Maciel
18 Mai de 2023, 2 anos atrás
"Precisamos romper o paradigma da defesa como um mero expectador", diz Franklin Roger no segundo dia de palestras da Semana Jurídica

 

A Investigação Criminal Defensiva foi tema de abertura no segundo dia de palestras da Semana Jurídica da Defensoria Pública do Amapá (DPE-AP), ocorrida nesta quarta-feira, 17. O defensor público do Rio de Janeiro, Franklyn Roger Alves, autor da tese "Investigação Criminal Direta Pela Defesa", levou para o público uma aula sobre o procedimento e suas práticas.

Para um auditório lotado, o defensor público explicou que o instrumento é um conjunto de métodos utilizados para reunir elementos que sejam do interesse da ampla defesa do investigado e, logo, deve ser acessível.

"A Investigação defensiva tem que ser um instrumento do processo penal aberto para todos. Em um determinado momento, a Defensoria Pública vai ter que se organizar para desenvolver essa atividade", pontuou o ministrante, que estava sendo ouvido com atenção por estudantes e profissionais do mundo jurídico.

Para Franklyn Roger, deve-se entender que a investigação criminal defensiva não se confunde com a responsabilidade da acusação de comprovar, mas parte do pressuposto de interesse legítimo da defesa na produção destas provas.

"Precisamos romper o paradigma da defesa como um mero expectador, um órgão de pura resistência à pretensão, e incorporar nela um perfil pró-ativo", afirmou o defensor público.

O ministrante ainda pontuou quais práticas podem ser utilizadas nesse método, como coletar e registrar depoimentos, requisição de documentos, exames e contraprova pericial, depoimento de especialista e equipe multidisciplinar, entre outros.